publicado a: 2019-01-23

Olivicultura alerta para necessidade de saber origem de plantas com bactéria

O presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) alertou hoje para a necessidade de saber qual a origem das plantas em que foi detetada a bactéria 'Xylella fastidiosa', em Vila Nova de Gaia.

António Branco sublinhou à Lusa que a preocupação da região, que é segunda maior produtora de azeite de Portugal, com esta bactéria que ataca espécies como a oliveira “não é de agora”, todavia “é preocupante o registo dos primeiros casos em Portugal”.

A ‘Xylella fastidiosa’ foi detetada no início de janeiro em plantas de lavanda no jardim de um ‘zoo’ em Vila Nova de Gaia, Porto e o caso comunicado à Comissão Europeia.

É a primeira vez que é confirmada em Portugal, mas desde 2015, têm sido detetadas diferentes subespécies da bactéria em França, Espanha e Itália em espécies ornamentais e também agrícolas.

Uma das subespécies, a multíplex, está associada a 58 espécies/géneros de plantas, entre eles, a amendoeira, a cerejeira, a ameixeira, a oliveira, o sobreiro, a figueira e muitas plantas ornamentais e da flora espontânea.

Sem um tratamento para combater esta ameaça, a contenção do avanço é a principal estratégia, daí a importância, segundo o presidente da AOTAD, de saber qual a origem das plantas infetadas.

“Não tenho informação se as plantas foram compradas cá ou fora (de Portugal)", assinalou.

Segundo disse à Lusa, nos últimos anos têm sido criados grupos de trabalho e este assunto tem vindo a ser tratado, mas defende que a bactéria só pode ser contida com “um plano nacional, porque não é uma questão que esteja a afetar apenas uma região”.

“Importante é uma estratégica concertada, é uma informação pedagógica, passar a haver informação”, vincou.

O presidente da AOTAD apela também aos produtores que “caso alguém identifique” a presença da bactéria nas culturas, para “não fazer segredo disso”.

“É fundamental comunicar para o diagnóstico, para saber de onde vem a contaminação e poder atuar”, alertou.

A região de Trás-os-Montes gera no setor da olivicultura cerca de 30 milhões de euros para a economia portuguesa e é a segunda maior produtora, a seguir ao Alentejo.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, já assegurou que o Governo tem um plano de contingência para fazer face à bactéria 'Xylella fastidiosa'.

Estamos a fazer prospeções simultâneas por todo o território e foi isso que nos permitiu detetar pela primeira vez numa planta que não é uma planta que tenha utilização económica", disse o governante.

A presença da bactéria, que ataca espécies como oliveiras e amendoeiras e para a qual não há cura, foi detetada "em 41 plantas de lavanda num jardim de um ‘zoo' - ou seja, não numa zona agrícola - em Vila Nova de Gaia".

O ministro da Agricultura referiu que após a deteção da bactéria foram aplicadas as medidas corretivas, como “o imediato isolamento do local e a destruição de todas as plantas infetadas".

Capoulas Santos assegurou que o Governo estará à altura de controlar a bactéria 'Xylella fastidiosa' que "se teme muito que possa vir a afetar, sobretudo, os olivais".

Garantiu ainda que no país "não há mais casos conhecidos".

Fonte do Zoo de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia, assegurou que a planta onde foi detetada a presença da bactéria 'Xylella fastidiosa' foi "destruída imediatamente depois de comunicação" da tutela.

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